quinta-feira, 3 de março de 2016

Qual a relação da taxa Selic com o IPCA?

No último dia 02, o Banco Central decidiu manter a taxa SELIC em seus atuais 14,25% ao ano. O governo federal faz isso na tentativa de conter a inflação. Procurei dados mais antigos e encontrei a seguinte relação:

O gráfico da Folha do dia seguinte não conta toda a história, veja:


Fui buscar os dados desde 2000 e veja como foi o controle da taxa Selic pelo Copom


Ocorre que essa é só meia história. Queria entender em que o Copom se baseia para gerenciar essa curva. Li várias atas das reuniões do Copom e a palavra mais citada sem dúvida é inflação, e com ela IPCA. Decidi entender essa relação... 

Peguei os dados do IPCA mensal desde 2000 para comparar as curvas e veja se você encontra alguma semelhança com a curva da Selic: 



Fora o pico de inflação do fim de 2002, parece não haver relação entre os dois gráficos anteriores. O que se nota é uma variação do IPCA mensal com a sua média aparentemente constante. Nesses casos, para se detectar pequenas variações de média, usam-se alguns truques estatísticos a partir de propriedades dela (a média). 

Médias de amostras variam menos que os valores individuais. Se acompanharmos, portanto, a inflação média dos últimos meses teríamos uma curva suavizada por essa propriedade. O que se faz na prática é acompanhar o valor acumulado de 12 meses do IPCA. Trata-se de uma soma, mas seria uma média se dividirmos por 12. Chamamos esse truque de média móvel. 

Observe agora as curvas da Selic e do IPCA acumulado 12 meses e note a forte relação: 



Que conclusão podemos tirar disso? O Copom ajusta a taxa Selic olhando pra traz (em função do comportamento passado da inflação)? Ou a inflação sofre (no futuro) o impacto das mudanças da taxa Selic? Eu escolho a hipótese do meio. 

Para mim o corte de 0,25 p.p. foi um "grande pouquinho" pois a inflação está estabilizada em 5,2% ao ano e, pela relação que vimos entre as curvas, era hora do Copom aumentar a Selic. Não era? 


Att, Igor Guedes




XP Investimentos compra a Prime Corretora


A XP Investimentos fechou a incorporação de outra corretora carioca, a Prime, do ex-presidente da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro Carlos Alberto Reis. Trata-se de um acordo operacional que prevê a divisão dos resultados em partes iguais. 

A vantagem para a Prime, de acordo com Guilherme Benchimol, sócio da XP, estaria na economia de custos. "Uma corretora para operar, hoje, tem um custo fixo de cerca de R$ 1 milhão por mês", diz Benchimol. "A Prime ganha mais com esse acordo do que se vender o negócio, simplesmente."

O executivo diz que o interesse da XP é na carteira de clientes da Prime que, segundo Benchimol, tem 500 investidores com R$ 500 milhões sob custódia. "São clientes private e nós não tínhamos essa especialidade", defende. "O passado da corretora pouco me interessa", diz ele, em referência ao resultado financeiro da incorporada.

A XP Investimentos é líder no mercado de "home broker" - negociação via internet de ações -, com 27% de participação de mercado no varejo. No ano passado, incorporou as corretoras Senso e Interfloat, além do site de análises gráficas Leandro & Stormer e do portal de informações financeiras InfoMoney.

Benchimol rebate as críticas de que a meta da XP seria a de fazer volume para aparecer bem no ranking de negociações da BM&FBovespa - para melhorar a performance da prometida abertura de capital. "Esse é um negócio de escala", afirma. "Só temos um caminho, que é crescer". O plano de lançar ações em bolsa continua de pé, segundo ele, mas vai depender das condições do mercado.

Benchimol ressalta que a estratégia não é ser só uma corretora, mas um "shopping de investimentos". Mas nesse caminho esbarra em grandes concorrentes, as aplicações oferecidas pelos bancos. Por isso, a XP planeja investir entre R$ 10 milhões e R$ 20 milhões este ano em uma campanha publicitária nacional para divulgar a marca. "Vamos ensinar que, antes de investir, é preciso comparar." Por Aline Lima 
Fonte:Valor30/01/2012